Como é sabido, o ritmo da vida moderna exige que estejamos constantemente contactáveis e em contacto com as pessoas do nosso quotidiano, sejam estas do trabalho ou da nossa família e amigos.
A nossa vida laboral, social e até mesmo as atividades de lazer e entretenimento, passaram a estar intimamente ligadas aos dispositivos de comunicação e a pandemia veio ampliar ainda mais essa relação.
Mas nem toda a utilização de telefone é má. Você pode rentabilizar esse dispositivo de muitas e imaginativas formas, seja para fazer vídeo, fazer cartaz ou outra edição de imagem, ou até mesmo para gerir a sua lista de compras de supermercado.
Quanto tempo passam os adultos no telefone?
No caso dos telefones inteligentes, denominados de smartphones, o tempo médio passado mexendo num é significativamente mais alto do que no caso dos chamados dumbphones, os quais só permitem fazer e receber chamadas telefônicas ou mensagens SMS.
Investigação recente estima que o tempo médio passado olhando para o telefone nos países mais desenvolvidos é de cerca de 11 horas por dia. Esse tempo somado ao tempo passado olhando para outros ecrãs faz com que as pessoas sintam que estão online quase constantemente.
Telefone em excesso provoca problemas de saúde
Ainda que você pense que não está dependente do seu telefone, deve saber que a sobreutilização tem impactos negativos na sua saúde:
- Insónias ou pobre qualidade do sono – a luz proveniente dos ecrãs envia ao cérebro um sinal de que deve permanecer vigil, dificultando assim entrar num estado de relaxamento que propicia o sono;
- Esforço ocular e dor de cabeça – os olhos podem ficar fatigados após muito tempo focado em ecrãs e eventualmente esse cansaço acumulado pode originar dores de cabeça e enxaqueca;
- Sintomas de privação – o uso de telefones para alterar o humor através da visualização de redes sociais surge muitas vezes interligado com sintomatologia de privação do seu uso, podendo interferir no bem-estar psicológico e emocional;
- Dores musculares – como o telefone nem sempre permite posições corporais ortodoxas, poderá sentir desconforto ao nível do pescoço, ombros e costas, podendo estes originar patologias osteoarticulares;
- Alterações da percepção – diversos estudos aferiram o impacto da utilização de telefones em crianças, mas alguns estudos dirigidos a adultos confirmaram implicações sérias no seu desempenho cognitivo;
- Níveis reduzidos de atividade física – quem passa demasiado tempo olhando para o telefone está impedido de realizar atividade física ou desportiva, sendo certo que os estilos de vida sedentários estão associados a problemas de saúde e obesidade.
O uso do telefone pode causar dependência?
Certos especialistas defendem que o excesso de utilização de telefone pode ser um comportamento com contornos de dependência, exigindo, por vezes, verdadeiros processos psicoterapêuticos para induzir a mudança desse comportamento. Os elementos que permitem identificar uma dependência grave são os seguintes:
- Compulsão – quando a pessoa tem um ímpeto absoluto e incontrolável de fazer algo para alimentar a sua adição. Pode ser um comportamento que começa de forma impulsiva mas que se torna um hábito compulsivo, o qual, caso não seja satisfeito, origina ansiedade;
- Anseio – quando a necessidade de ter o comportamento origina uma necessidade física, tão tangível quanto o frio ou a fome. Este anseio pode provocar insónia e falta de apetite;
- Consequência – nem mesmo quando são evidentes consequências nefastas para a pessoa, esta consegue contrariar o seu comportamento. As consequências podem manifestar-se em diferentes domínios da vida pessoal, como nas relações e no trabalho;
- Controlo – até certo ponto da adição o indivíduo pode deter controle sobre a mesma, efetuando esforços no sentido de a diminuir. Quando esse controle já não se verifica, a pessoa já passou o limiar da adição grave.
A sobreutilização do telefone pode manifestar-se de várias formas. Talvez você sinta que vai incontáveis vezes fazer scroll no seu feed favorito, ou fica até tarde vendo vídeos quando deveria estar repousando.
Um sinal de alarme que deve ter em atenção é quando seu telefone por algum motivo não funciona, por exemplo porque a bateria descarregou, tal lhe provoca um certo desconforto ou irritabilidade.
Como reduzir o tempo passado no telefone?
Retenha alguns pequenos truques que farão você diminuir naturalmente o tempo despendido utilizando o telefone. Embora algumas possam parecer não fazer sentido, elas funcionam mesmo.
Primeiro que tudo, desative as notificações. Se possível, ajuste o esquema de cores do seu dispositivo para preto e branco. Remova aplicações que possam causar o impulso de as abrir do ecrã inicial. Defina uma palavra-passe mais longa. Use o modo avião, em especial no horário de repouso. Defina um horário de interdição de uso do telefone. Mantenha o seu telefone longe do quarto de dormir. Desinstale o seu e-mail do telefone.
Conclusões
A utilização excessiva do telefone pode tornar-se invasiva e ter consequências no seu estado de espírito e rotinas. Mas não desespere: com disciplina e força de vontade, você pode rentabilizar o tempo de melhores maneiras do que preso num pequeno ecrã.