Originário das áreas interioranas do país, o gênero passou por grandes transformações ao longo das últimas décadas e se popularizou no território nacional.
Nos últimos anos, a música sertaneja saiu dos interiores e cidades pequenas e tomou conta das grandes cidades do país. Hoje, alguns artistas do estilo sertanejo estão entre os maiores cachês brasileiros, como Marília Mendonça, Zé Neto e Cristiano, Simone e Simaria, Luan Santana e Paula Fernandes.
Em aplicativos como o Spotify, a maior playlist é a Esquenta Sertanejo, com mais de 2 bilhões de streams. Durante o período de isolamento, as lives de música sertaneja foram um sucesso que surpreendeu até aqueles que já conhecem as dinâmicas desse mercado musical.
Um exemplo desse sucesso foi a live de cinco horas do cantor Gusttavo Lima, que ultrapassou 11 milhões de visualizações. Esse número de audiência foi superior a de festivais internacionais conhecidos como o Coachella, que ocorre anualmente na Califórnia, nos Estados Unidos.
Por isso, antes de comprar a sua passagem na viação sertaneja para regiões mais interioranas que são consideradas berço desse gênero musical, veja um pouco mais sobre a história desse estilo.
Origens
Os primeiros relatos de música sertaneja surgiram em 1929. Neste ano, o compositor, escritor e pesquisador Cornélio Pires decidiu disseminar costumes caipiras para outras regiões do país a partir da música e de encenações teatrais.
Inicialmente, as letras traziam temas como a beleza romântica e bucólica das paisagens, o modo de vida simples nessas pequenas cidades e suas diferenças em relação ao mundo urbano.
A música sertaneja é uma fonte excelente para quem deseja descobrir com detalhes como eram os costumes mais comuns dessas regiões do país nas primeiras décadas do século XX.
Disseminação
Na década de 1930, surgiram os primeiros artistas e duplas — que se tornaram mais famosas no estilo, como Tonico & Tinoco e Luizinho & Limeira, que hoje são considerados um clássico da música sertaneja. Em meados da década seguinte, começaram a despontar nomes como Irmãs Galvão e Cascatinha & Inhana.
Nessa época, é importante mencionar que cantoras mulheres famosas eram algo muito mais raro do que hoje. Nas décadas seguintes, esse tipo de música começou a sofrer algumas transformações importantes, como a utilização de instrumentos como o acordeão e a harpa.
Nas décadas de 1960 e 1970, a música começou a integrar violino, trompete e a guitarra elétrica, o que deu um ar de modernização para este gênero. Milionário & José Rico e Sérgio Reis são nomes marcantes nesse movimento.
Em 1980, houve a explosão do sertanejo no país, em rádios e programas televisivos, principalmente em trilhas musicais de novelas. A temática se renovou e trouxe as dores amorosas para o centro do palco, como também nuances de ritmos de balada. Zezé Di Camargo & Luciano e Leandro & Leonardo foram os nomes mais importantes desse momento.
Sertanejo Universitário
No início dos anos 2000, surgiu o sertanejo universitário, que segue sendo um sucesso até hoje. A inserção cada vez maior desse estilo em áreas urbanizadas e ecléticas transformou muito a roupagem tradicional da música sertaneja, que passou a não ter a vida pacata dos interiores como principal foco.
Nesse momento, as lamentações amorosas e toda a melancolia das decepções dão a tônica para o gênero. Hoje, essa é a principal trilha sonora para as baladas que aderem ao clima “curtição e pegação”. Outro fenômeno cada vez mais forte é a mistura entre o sertanejo e outros ritmos, que originou o funknejo, pagonejo, eletronejo e popnejo.
Desde 2015, o sertanejo está entre as dez músicas mais executadas no país, de acordo com dados da Crowley — empresa de gravação e monitoração eletrônica de rádio. Atualmente, o sertanejo promove grandes festivais como o Festeja e o Villa Mix, que reúne milhares de pessoas todo ano.
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